retirado de amorizade.weblog.com.pt
No comentário sobre o post do dia 19 de outubro (completamente infame) o meu amigo Roberto aplicou uma palavra que os dicionários ainda não descobriram – remembrância. O vocábulo surgiu de uma expressiva fusão do verbo em inglês to remember + infância.
Mesmo depois de criados, os termos necessitam de um processo para sua difusão. Uma possibilidade moderna seria a criação um meme sobre o significado, significância e percepção individual da remembrância e, no final, computar o conteúdo semântico que o signo lingüístico provocou nos escreventes. Outra forma, mais ortodoxa, seria propor a inclusão do verbete em tesauros e dicionários. Qualquer uma das escolhidas não impede que manifestações pessoais, em defesa do neologismo, sejam postadas.
Não tenho nenhum apreço pela manutenção da língua como uma entidade semi-viva. Não me parece correto que apenas os filólogos ou lexicógrafos detenham o poder de indicar novos termos ou discorrer sobre a origem dos mesmos. Os usuários da língua têm a obrigação de torná-la mais disponível para a sua função. Esta obrigação não inclui, exclusivamente, simplificações gráficas dos termos lingüísticos, tão em voga nos escritos juvenis. Deve-se optar pela criação de novas palavras. Com cautela e funcionalidade transparente.
A empatia com remembrância foi imediata. O termo é sonoro. O significado quase natural. A escolha da fusão foi acertada. Imaginem que palavras poderiam surgir se a escolha dos termos de fusão incluísse lembrança + childhood. Os resultados seriam lembhood ou childrança. O primeiro, com sonoridade duvidosa, remete a uma infância germânica plena de proibições e segredos (já imagino um livro sobre A lembrhood de Eva Braun). O segundo, então, nem de longe sugere lembrança infantil. Lembra mais um castigo infantil ou dança de roda.
Conclamo todos os colegas blogueiros para a inclusão do termo no seu rol de verbetes. Para incrementar a sua difusão sugiro a seguinte descrição no Dicionário Houaiss:
Remembrância
Datação
2007
Acepções
Substantivo feminino
ação ou efeito de lembrar(-se) de ocorrências infantis
1 aquilo que acontece à memória na evocação da infância
2 aquilo que subsiste, a despeito da amnésia infantil freudiana
Etimologia
neologismo fusional anglo-lusitano
remember + infância
Se alguém estiver interessado em dar continuidade com a difusão através de meme, sinta-se à vontade.
3 comentários:
A palavra e realmente sonora, agradável aos ouvidos. Gostei dela!
Vamos também lembrar que ela resume em uma única palavra toda uma frase, “minhas lembranças de infância”. Além de ter o apelo sentimental de outras palavras fortes com recordação, lembrança...
A descrição do verbete está ótima, parece uma das páginas do dicionário.
ulálá!!!! pra que complicar tanto.... prefiro mais as mudanças , como exolica um tal livro , qua personagem ,discuti com os pais pq. isso chama isso e não aquilo.
POr expl. pq. cadeira, e não sentador ... pq. teclado e não escrevedor , colher comedor , mijador etc..... assm todo mundo entende né.... , pena que não tem som seu blog... assim poderia dizer se a palavra e agradavel aos ouvidos ....
ESPERO O APERECER DA AMIGA aNUNCIATTA.....
adorei as "acepções" e "etmologia"!
(só tu mesmo...)
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