sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coisas para fazer nos dias felizes.

A felicidade é uma sensação ímpar. Um estado de espírito especial. Nem sempre vivenciada das mesmas formas, por diferentes pessoas ou pela mesma pessoa. Ora estamos felizes por um motivo, ora por outro. Pelo menos nós – os afortunados com a percepção da felicidade. Pequenas coisas podem ser grandes motivos para a felicidade.

E quando se está feliz é bom fazer coisas que reforcem este sentimento.

ver fotos antigas e voltar no tempo e ter as mesmas sensações e rir com o que fomos e com o que nos tornamos;
beijar uma criança ou vê-la dormir;
viajar naquela música;
preparar ou saborear aquela comida;
deitar no chão e contar estrelas;
pegar chuva e chapinhar nas poças d’água;
dar um abraço apertado num(a) amigo(a);
sonhar.......

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dias cinzentos.

Évora - maio 2009
Estamos passando por um longo período de dias cinzentos. Daqueles em que a cor do céu não dá as caras. Muito menos o sol. Dizem que deve durar ainda um bom tempo. Acho que este ano teremos uma primavera turva.

Da minha parte, se não vierem acompanhados daquela garoa depressiva, tudo bem. Até gosto de dias assim. Aprendi a apreciar as diferentes tonalidades de cinza e a desfrutar o destaque que este fundo e luminosidade oferecem aos outros corpos, os coloridos. As flores, por exemplo, se destacam nestes dias. Com cuidado e boa-vontade pode-se perceber nuances e tonalidades que passam despercebidas durante os períodos ensolarados.

Mesmo a tristeza e a prostração, poeticamente ou realisticamente, associadas a estes dias não me são desagradáveis. Não se vive apenas de alegrias. É salutar exercitar todos os sentimentos. Para evitar que eles enferrujem e, quando tornarem-se apropriados, apareçam com intensidade ou duração desmedidas. É, cada louco com a sua mania.

domingo, 20 de setembro de 2009

Era uma vez uma luz.


Revendo, hoje, alguns textos antigos encontrei este que nunca publiquei no blog. Ele não foi feito para fazer parte do meu espaço - foi criado especialmente para uma anjinha amiga, que atualmente não escreve mais. Parou, disse que ia voltar e até agora nada...


Por isso resolvi publicá-lo, na esperança de chamar pela Lau.


Era uma vez uma luz tão pequenina,
Que ficava envergonhada de ser assim.
Seu comprimento era ainda limitado
E não brilhava tanto como as outras.

Ficava sempre escondida, num canto,
Curtindo a sua pequenez, acanhada
Até que um dia um brilho fulgurante aproximou-se
E, encantado com aquela luzinha, perguntou:

Porque escondes a beleza da tua luz?
Porque impedes que os outros te apreciem?
Lembres que não és uma luz só para ti
Tens deveres para com os caminhos dos outros.

Todos nós começamos como luzinhas,
Depende de nós o tamanho que teremos
Para crescer é preciso gostar muito
De ser apenas a luz, que ilumina.

PS: onde quer que esteja, saiba que você faz falta.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Recuerdos de San Martin


O pensamento mágico faz parte do cotidiano infantil. Acontecimentos, heróis e vilões, relações familiares, amigos, direitos e deveres, praticamente todas as atividades das crianças passam por este filtro. E criam um vínculo com uma realidade toda própria. Com o passar do tempo a maior parte das pessoas perde definitivamente a capacidade de conviver harmonicamente com a fantasia. Por escolha, por inibição ou por incapacidade de elaborar enredos ilusionistas fincamos o pé naquela realidade comum a todos. O banal mundo real.

Felizmente, nem sempre a capacidade criativa de traçar paralelismos com o verdadeiro e inventar fatos, histórias e personagens morre. Em alguns casos ela adormece. Fica quiescente, como quem não quer nada, a espreita. Dá as caras quando nos apaixonamos, faz visitas periódicas atiçando os nossos medos e vai levando. Esporadicamente. Em outros casos ela apenas cochila, muito superficialmente e a freqüência dos retornos se faz mais amiúde. Poderia até afirmar que em certos casos esta capacidade habita permanentemente as cabeças. Repetitivamente. Até como uma forma de contraponto terapêutico à racionalidade e ao pragmatismo.

Comigo o imaginário tem livre trânsito. De forma contumaz em relação a um lugar – San Martin. Não me peçam para descrever San Martin. Ele é a sensação, magicamente infantil, de estar. Fica não sei bem onde, perto da fronteira de qualquer lugar. A minha Passárgada, ou Xangri-lá se preferirem. Lá é possível mirar a luz do outro lado da lua, adorar a rua em que nos vimos e a noite em que nos conhecemos, amanhecer outra vez entre teus braços e despertar chorando de alegria, e assim passar muitas e muitas horas. Te ver buscar uma aventura uma quimera, atender preferentemente a toda gente que pede amor e o tempo livre dedicar a mim.

A passionalidade brinda semanas com mais de sete dias, novas e melhores emoções, tic-tac do relógio que recorda a dor irremediável da partida e o amor que acaba porque mesmo a carícia mais divina vira rotina. Sem importar se em dois minutos ou em um só, ser feliz. E se alguém perguntar quando, como e onde responder quem sabe, quem sabe, quem sabe.....

Quando me canso daqui, vou pra San Martin. Lá sou amigo do rei.