Acho que foi a nostalgia dos nomes dos seus romances que me fizeram lembrar do autor. Independente da qualidade da obra, as escolhas dos títulos foram muito felizes. Transmitem, até hoje, mesmo sem lembrar de detalhes as sensações do enredo, das personagens e da ambientação.
É tarde para saber, romance político quase um clichê entre seres de mundos diferentes que não dispõe de todo o tempo para aproveitar os acontecimentos – se alguma coisa poderia ser diferente, é tarde para saber. Enquanto a noite não chega apresenta a longa espera do casal de velhos pelo filho que se perdeu na guerra. Os momentos passam recordando o que já foi e esperando pelo que virá. A falta de alento e futuro é algo tão palpável e certo como a noite que chega. Depois do último trem narra as desventuras do retorno de Eduardo para a sua terra condenada – entre destroços humanos e casas abandonadas ele espera pelo último trem, que há muito já partiu.
Nesta melancólica tarde vou viajar com estas sensações... para um tempo que passou, para um lugar que não tem futuro e para a saudade dos que já se foram. Doces memórias me embalem...
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