segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Paciência.


Eu sou uma pessoa calma. Poucas vezes, na minha vida, cheguei a perder o controle. Por muito pouco tempo. Quase imediatamente recupero o prumo e sigo em frente. Solucionando o que necessita solução ou aceitando o que é inexorável. Apesar de persistente não sou de dar murros em ponta de faca. Sei reconhecer os princípios, meios e fins das situações, mesmo daquelas em que estas partes possam não agradar ou sair a contento.

Acho que existe um componente genético nesta calma. Ou comportamental. Meu pai era assim. Ou herdei ou aprendi. E sai ganhando. Isto não significa que eu chegue perto de ser “um zen”. Faço o tipo calmo, agitado. Se é que existe esta composição. Ou melhor, calmo-entusiasmado. Realmente me entusiasmo facilmente. Calmo-etusiasmado-paciente, agora chegamos ao ponto.

Este último adendo, paciente, talvez seja o que tenha mais limites. Algumas situações em que as pessoas perdem a disposição e o humor em segundos eu agüentaria horas. Entretanto, existem experiências que minam instantaneamente a minha capacidade de persistir. Duas delas são exemplares. Sem a mínima relação entre elas, porém igualmente nefastas: jogos eletrônicos e bancos.

Admiro a pachorra que alguns seres têm de ficarem períodos intermináveis, na frente de um computador ou daqueles aparelhos com nomes estranhos e que eu nunca consigo pronunciar ou lembrar. Apenas jogando. E aproveitando ao máximo o prazer proporcionado pelas atividades, ditas lúdicas, que são capazes de me levar à loucura. Devo ter algum defeito, grave, em conexões cerebrais específicas para este tipo de desempenho. Não adianta nem tentar. Em menos de um buzinéssimo eu já me descontrolo. Às vezes na abertura da tela principal ou no aprendizado das regras. É quase visceral.

Ainda bem que eu não trabalho na indústria de diversões. Quanto aos bancos, bem este é um assunto para outra hora. Quando eu estiver mais calmo.