segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O emagrecedor de Quaraí

Por alguma razão ainda não completamente explicada, de uns tempos para cá, os médicos gaúchos passaram a exercer um fascínio na clientela de todo o Brasil. Inúmeros são os exemplos de profissionais vindos do sul com destaque em diferentes segmentos da área da Saúde. Da cirurgia plástica a pesquisa molecular, da cardiologia a medicina ortomolecular e, principalmente, na área diagnóstica.

Alguns médicos nem precisam se deslocar do rincão natal para fazer sucesso. Assim foi com um analista e agora será com um artesão da redução de peso. Sim emagrecer é uma arte. Pelo menos é o que podemos entender da sua definição – arte é a atividade ligada a manifestações de ordem estética por parte dos seres humanos. Pronto, as técnicas de emagrecimento expressam contornos artísticos e os endocrinologistas tornaram-se artistas.

No desempenho de suas atividades ajudam a esculpir e moldar corpos, modificando formas e volumes na proporção do desejado. Ao invés de blocos de mármore ou outros materiais resistentes trabalham com outras substâncias modeláveis, que ocupam lugares indesejados no espaço. Nesta dimensão a endocrinologia torna-se irmã da escultura.

Oigalê-tchê, este texto já tomou um rumo muito erudito. E como diz o colega analista, erudição é coisa pra invertido. Voltemos ao que interessa: o emagrecedor de Quarai. Apesar de todo sucesso ainda clinica numa tapera, perto do cerro do Jarau. O mesmo local que serviu de cenário para a lenda da Salamanca. A relação entre os fatos não vai se aclarar nesta conversa. Vamos primeiro conhecer a ficha do bagual. A história fica, também, pra depois.
Nome: tanto faz, gosta mesmo de ser chamado de doutor e pronto.
Local de nascimento: se orgulha de ser de Bagé, mas não usa o título para não ser confundido com o outro.
Formação acadêmica: estudou medicina na capital. Doutorado em Medicina espacial. Autodidata em endocrinologia – o que sabe de dieta aprendeu com a vida.
Linha de tratamento: não tem, linha é coisa pra bonde e telefone velho.
Lema: gordo é tudo igual, só varia o volume.
Artista preferido: Fernando Botero (por razões óbvias)
Amuleto: uma réplica da Vênus de Willendorf, que não sai de cima da mesa de trabalho e serve de ameaça para as renitentes em começar o tratamento – ela era que nem tu, mas não seguiu os conselhos do médico dela.
Traje: bombacha e alpercata Roda (das legitimas argentinas).
Horário de atendimento: amplo, atende emergência e pra china bonita até à noite.

8 comentários:

Otávio disse...

Ganhamos uma nova personagem?

Gostei da performance do doutor, acho que daremos boas risadas com seus “causos”. O lema dele é muito bom.

Agora a foto, meu Deus, que estatuazinha feia. Bom... arte é arte não e mesmo?

Anônimo disse...

Prezado Doutor,

O senhor atende online?

Ass.

Fofinha

Odilon disse...

Cara Fofinha,

a relação médico-paciente não rola on line. Consulta médica é que nem confissão com padre, tem que ver o pecador pra saber a penitência. Pra funcionar o treco do tratamento tenho de ver o volume que ocupa no espaço. Mas mande foto que se valer a pena providencio a vinda até Quaraí. De grátis.

roberto bezzerra disse...

será que este médico não tem no "case" dele uma versão remix de "coração de luto" do teixeirinha,feita por algum dj inglês (considerados os melhores da atualidade) para arrembentar em algum festival de música eletrônica mundo a fora?

Anônimo disse...

Que belo DR!!!! mas o amuleto foi a escolha perfeita , pois o que seria desses medicos se suas pacientes levassem ao pé da receita suas indicaçoes????? o vai e vem das massas ocupadas no espaços e qye são a razão da existencia deles. DOCTOR só uma perguntinha : por acaso tu não és daqueles medicos enormes que não conseguem levantar-se de tras da mesa p/ examinar o tamanho da paciente , é?????

Anônimo disse...

Bem lembrado, Aninha,

Se assim for, eu desisto da consulta desde já. Ah, os perigos do mundo virtual, a gente nunca sabe exatamente com quem está tratando...

Ass.
Fofinha

Odilon disse...

Caras Aninha e Fofinha,

as distintas prendas não tem motivo pra alarme. O emagrecedor não tem um tamanho avantajado. Oigalê-tchê mulher é coisa braba antes de vê o volume já fica apreensiva. E Fofinha, já pensou em adquirir uma webcam?

Anônimo disse...

Imagine...
Tenho vergonha de me mostrar assim. Se não tivesse, porque procuraria um médico online, ainda mais agora que minha amiga levantou a questão da efetividade das técnicas do dito cyber-médico em si próprio...
Fofinha tímida