Hoje é domingo. Primeiro dia do horário de verão. Uma hora perdida. Um dia nublado, acinzentado, mormacento e pesado. As idéias parecem girar na cabeça e não se encaixam no lugar certo. Penso em escrever sobre diversos assuntos – Lula 2014, o mapa astral de crianças nascidas na primeira hora do horário de verão, fidelidade partidária, a politicagem na escolha do Nobel – mas nenhum deles me inspira. Não fluem. Será que até eu estou tendo uma crise frente a uma folha em branco?
Para vencer esta situação recorro a uma estratégia singular. Não escrevo sobre nada. O tema passa a ser a falta de tema. As dificuldades de não saber por onde começar. Alguns solucionam esta questão escrevendo sobre a definição original do bloqueio criativo. Outros optam por discorrer sobre as vantagens metafísicas de escrever sobre o nada. O nada holístico. O nada cósmico que se reflete num profundo nada existencial. O nada que preenche as lacunas deixadas pelo próprio nada.
Eu prefiro somente não falar de nada. Sem assunto. Posso até listar diversos motivos para o sucesso de não escrever sobre nada. A falta de comprometimento com um assunto específico. A medida certa para os comentários – que afinal também serão sobre nada. E sobre as culpas que advém de estar discorrendo sobre o nada. O conflito interno de associar a sua produção ao nada.
E ao fim, mesmo não escrevendo nada no papel em branco, tenho um texto. Este aqui. Para um domingo, no início do horário de verão, mormacento, no final de um feriado prolongado, com parte dos leitores viajando, até está muito bom, não está?
Escrever sobre nada é melhor do que não escrever nada.
Para vencer esta situação recorro a uma estratégia singular. Não escrevo sobre nada. O tema passa a ser a falta de tema. As dificuldades de não saber por onde começar. Alguns solucionam esta questão escrevendo sobre a definição original do bloqueio criativo. Outros optam por discorrer sobre as vantagens metafísicas de escrever sobre o nada. O nada holístico. O nada cósmico que se reflete num profundo nada existencial. O nada que preenche as lacunas deixadas pelo próprio nada.
Eu prefiro somente não falar de nada. Sem assunto. Posso até listar diversos motivos para o sucesso de não escrever sobre nada. A falta de comprometimento com um assunto específico. A medida certa para os comentários – que afinal também serão sobre nada. E sobre as culpas que advém de estar discorrendo sobre o nada. O conflito interno de associar a sua produção ao nada.
E ao fim, mesmo não escrevendo nada no papel em branco, tenho um texto. Este aqui. Para um domingo, no início do horário de verão, mormacento, no final de um feriado prolongado, com parte dos leitores viajando, até está muito bom, não está?
Escrever sobre nada é melhor do que não escrever nada.
6 comentários:
Eu, na idade dos porquês era uma criança bem curiosa (e bem chata, devem pensar os meus pais). E certa vez, lá para os seis anos, eu perguntei ao meu pai: como fazem os telejornais quando não tem notícias? E a resposta dele, muito rápida: "a falta de notícias já e uma notícia". Serviu para me calar. Pelo visto serve para alimentar um bom blog num domingo cinzento também!
até hoje não sei se gosto tanto assim desse tal horário de verão,mas também não me atrapalha em absolutamente nada.
antes eu me perguntava como seria um horário de primavera,por exemplo... a cada estação,teríamos um horário bem característico e assim, cada estação,acho,seria melhor desenhada.
de qualquer modo, um domingo como o de hoje é ideal pra se comer bolo de chocolate,tomando café da tarde,juntamente com um doce cheio de leite condensado,sentado perto de um janelão,vendo a cidade lá embaixo.
sendo horário de verão ou não.
O que será que rolou no Chrises que exigiu até defensoria pública!!?? tô achando que rolou algo in-off.. (isso não vale!! assim os relapsos se perdem todos!!!)
Engraçado é ver que nosso amigo médico poderá criar mais uns 200 mil pseudônimos entre os tantos blogs próprios, públicos e não públicos, que ainda assim saberemos que é ele escrevendo...
Lanço aqui um desafio. Será capaz de fazê-lo não apenas com outro pseudônimo, outras estórias e sim como outra identidade, escrita, vocabulário? Será capaz o nosso amigo exímio escritor de dialogar com ele e conosco os diferentes pontos de vista sendo mais de uma pessoa?? Estou curiosa e já imaginando coisas... Espero que ele encare a brincadeira... O que será que o "outro amigo" dentro dele diria do mesmo domingo cinzento??
NADA!
Bem...
Nossa que nada forte, acho que me infectou.
Tento... nada
Tento... nada
Desisto.
apesar de dias depois do amigo dizer, ou melhor escrever , fui pega pelo nada com coisa alguma , a esa hora não é facil .. bjus
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