sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Branco e preto


Como num bom filme policial, dos anos 40, estou me sentindo abandonado pelos meus pares. O encontro já deveria ter acontecido. A hora e o local estavam corretos. Não deveria existir descompasso entre o desempenho dos atores e o comando do diretor. Mas me vejo completamente só, no meio de uma ponte semi-destruída, em algum lugar perdido no leste europeu, com a neblina encobrindo o campo de visão e sem dispositivos que permitam tirar proveito da situação. O aspecto noir toma conta da tela. Os magníficos contornos preto e branco definem o plano. Corta!

A missão fora traçada de acordo com o consenso de todos. A participação seria integral. Os estimulantes foram exaustivamente utilizados e as funções determinadas. A marcação de cena fora planejada, apresentada e contribuiria para o melhor desempenho de cada um. A escolha das personagens levara em consideração as habilidades individuais. Os papéis foram escolhidos a dedo. A largada até fora dada com augúrios de sucesso pleno. E, então, era apenas para cada um seguir o script. Não foi o que aconteceu!

Reviso o storyboard para localizar se as seqüências não foram modificadas. Acho que a minha ausência momentânea fez com que eu perdesse algum acontecimento determinante. Não sei e nem desconfio qual. Mas tão determinante que modificou o rumo da estória. O que terá acontecido?

Já sei todos os meus companheiros foram capturados pelo inimigo! A minha missão será, agora, resgatá-los das garras de um terrível embusteiro. O temível bloqueador de blogs. Tenho de evitar, a qualquer custo, que o soro paralisante seja utilizado novamente. Os resultados da primeira aplicação foram claramente favoráveis ao facínora. Ponto para ele. Bloqueio quase total das postagens. Tenho pouco tempo para executar as tarefas da missão. O período, naturalmente entorpecente, do fim de semana se aproxima. Como numa missão impossível tenho poucas horas para reverter a situação. Necessito urgentemente de sinais dos companheiros.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sianis de fumaça estão sendo emitidos. Teus companheiros capturados pela névoa literária que encobre o fim de tarde. Observo pela janela e vejo névoa, gotículas de agua que entorpecem. Não mais que isso. O lugar é comum. Uma sensação de deja vi, como se o ambiente me fora familiar. O cheiro, a sensação e até a magia dolugar, isto mesmo, acredito na alma dos lugares, inclusive como sensações mágicas. Não, não usei nada de ilícito ou fora obrigado a usar. São apenas sensações que passam pela minha alma. Uma tentativa de capturar o espírito literário e reavivá-lo dentro de mim. Será que há cura, ou que a falta de imaginaÇão será superada? Será que nosso companheiro blogueiro conseguirá nos libertar. Foram momentos terríveis, sem a companhia de nosso colega blogueiro, o espiríto inspirador de tudo. Talvez a volta seja um sinal de recomeço. Como o desabrochar das flores após o longo inverno. Afinal estamos na primavera, épocade flores e alegrias. Companheiros, vamos retomar nossa missão, seguir o script, desabrochar nosso senso literário. Uma colega fora capturada pela sensação de cansaço, persistente há vários dias. Será que nosso companheiro analista de Bagé teria a cura para tal mal? Ou uma poção milagrosa? Ou uma voz companheira e amiga para nosso outro colega, ou talvez novos caminhos para nosso peregrino? Afinal por onde andas. Sem esquecer da entusiasta (Será geração coca cola?) que demorou, começou e de repente sumiu? O que nos assola? O script estava errado...? Que venha o espírito literário novamente, e além de tudo, contagie nossos colegas comentaristas de plantão......

Anônimo disse...

Caro amigo,
Entendo teu sentimento e faço o meu mea culpa. Semana dura, todos os dias trabalhando 13 horas... ontem eu só queria descansar e hoje vamos sair um pouco para ver o sol e repor as energias. Mas logo estaremos de volta, eu e o peregrino.

Já a outra... talvez a missão não tenha sido adequadamente concluída. E aí eu devolvo a culpa a outros amigos que me deixaram inibida em prosseguir empregando meus métodos ligeiramente contundentes de incentivar a produção de amigos resistentes...

Unknown disse...

Caro Amigo,

Estou de volta aos posts, ao menos no meu blog, hoje produzi o que considero um bom texto. E fui prontamente acometido de uma crise de modéstia, que aqui se manifesta :)

Mas, enfim, devo dizer que também já vinha notando que nossa nobre confraria está completamente abandonada por nossa relapsa amiga (ou amiga relapsa, a ordem não altera o resultado aqui), e ontem mesmo comentei com minha esposa sua amiga que, se ela (Relapsa) não fizesse sua lição de casa esse fim de semana ainda, iria eu mesmo dar sequência no texto.

Então já fica aí minha proposta, aguardando seu aval! ;)

Abraços literários do Amigo Peregrino

roberto bezzerra disse...

adorei tua "estética noir" neste post...
já começa pela escolha da foto,de uma elegância cafajeste,dá até pra sentir o cheiro de cigarro misturado com lavanda inglesa e um pouco de naftalina no terno de lã.
e o termo "facínora" combina milimetricamente com atmosfera do post.