Poucas pessoas sabem, mas eu sou um grande cozinheiro. Como ainda não terminei o meu período de aprendizado formal e não tenho nenhuma documentação comprobatória, não posso ser classificado como chef. Sou um autodidata. Aos dezesseis anos iniciei a Academie d’Art Culinaire de Paris, mas desisti do cordon bleu porque a nouvelle cuisine parecia muito primária e rudimentar para uma grande alma. Ao longo da vida enveredei para a cozinha moderna, pós-moderna e fusion até que me deparei com os princípios da cozinha alquímica.
A busca da pedra filosofal culinária é um exercício que me encanta. Nas minhas horas vagas, que não são muitas, imagino a criação de uma teoria alimentar tão revolucionária como a da relatividade. A evidência definitiva de que o desconstrutivismo culinário é capaz comprovar a ingestão de energia pura sem incorporação da matéria da alimentação formal.
Nada de pílulas energéticas de ficção científica. A comida alquímica proporciona a catalização energética sem a necessidade de uma inclusão alimentar. Pouco são os convidados para esta ceia especial. E aqueles que conseguem atingir este nirvana gastronômico têm a obrigação de compartilhar com os não iniciados.
Nesta última passada por Barcelona tive a oportunidade de trocar idéias com um amigo sobre diversos assuntos. Desde a simples troca de receitas até elucubrações sobre a influência da voluntariedade nas formas alternativas ao ato de deglutição e o efeito da pulverização de aminoácidos na dieta moderna. Foi um conversa proveitosa, bastante conceitual.
Como lembrança da visita, deixei uma receita minha, extraordinária, com ingredientes tropicais:
Nubbe de cajá com taiolette de tartaruga
Ingredientes
2 e ¼ cajás faissandée
4 patas de tartaruga marinha
1 xícara de farinha de burinajá verde
3 folhas moídas de Cássia de Java
1 folha de gelatina branca
Coentro e sal a gosto
Preparo do cajá
desmanche o cajá em um lenço de algodão egípcio 400 fios,
passe em peneira de titânio com poros de 0,4 micra,
deixe à noite no sereno da lua nova e reserve a pasta
Preparo da taiolette
ferva as patas de tartaruga em água recicée durante três minutos,
retire a pele com extrator à vácuo,
não toque na carne depois de retirada pele
polvilhe com a farinha de burinajá
corte em tiras de 14 mm e enrole sobre si mesmas
Nubbeação do cajá
insira a pasta de cajá na caixa contentora do instrumento
acione o programa nº 3 com 12 ciclos de quente/frio
use o bico condensador oval ou hexagonal
recolha as nubbes em um recipiente de cristal pré-gaseificado com nitrogênio
A busca da pedra filosofal culinária é um exercício que me encanta. Nas minhas horas vagas, que não são muitas, imagino a criação de uma teoria alimentar tão revolucionária como a da relatividade. A evidência definitiva de que o desconstrutivismo culinário é capaz comprovar a ingestão de energia pura sem incorporação da matéria da alimentação formal.
Nada de pílulas energéticas de ficção científica. A comida alquímica proporciona a catalização energética sem a necessidade de uma inclusão alimentar. Pouco são os convidados para esta ceia especial. E aqueles que conseguem atingir este nirvana gastronômico têm a obrigação de compartilhar com os não iniciados.
Nesta última passada por Barcelona tive a oportunidade de trocar idéias com um amigo sobre diversos assuntos. Desde a simples troca de receitas até elucubrações sobre a influência da voluntariedade nas formas alternativas ao ato de deglutição e o efeito da pulverização de aminoácidos na dieta moderna. Foi um conversa proveitosa, bastante conceitual.
Como lembrança da visita, deixei uma receita minha, extraordinária, com ingredientes tropicais:
Nubbe de cajá com taiolette de tartaruga
Ingredientes
2 e ¼ cajás faissandée
4 patas de tartaruga marinha
1 xícara de farinha de burinajá verde
3 folhas moídas de Cássia de Java
1 folha de gelatina branca
Coentro e sal a gosto
Preparo do cajá
desmanche o cajá em um lenço de algodão egípcio 400 fios,
passe em peneira de titânio com poros de 0,4 micra,
deixe à noite no sereno da lua nova e reserve a pasta
Preparo da taiolette
ferva as patas de tartaruga em água recicée durante três minutos,
retire a pele com extrator à vácuo,
não toque na carne depois de retirada pele
polvilhe com a farinha de burinajá
corte em tiras de 14 mm e enrole sobre si mesmas
Nubbeação do cajá
insira a pasta de cajá na caixa contentora do instrumento
acione o programa nº 3 com 12 ciclos de quente/frio
use o bico condensador oval ou hexagonal
recolha as nubbes em um recipiente de cristal pré-gaseificado com nitrogênio
as nubbes estarão no ponto quando o estalo no céu da boca emitir semi-tom em fá sustenido
Acoplamento estrutural com a taiolette
leve as nubbes e o taiolette a um microscópio de varredura,
incorpore a gelatina pré-disolvida
selecione a terceira camada de spins externos da taiolette
energize a ligação covalente entre os elétrons da nubbe
Deve ser servido imediatamente após energização
Uma receita fornece quatro porções
Observação: as nubbes devem ser comidas de boca fechada para evitar o deslocamento de ar gutural que modifica o sabor.
Acoplamento estrutural com a taiolette
leve as nubbes e o taiolette a um microscópio de varredura,
incorpore a gelatina pré-disolvida
selecione a terceira camada de spins externos da taiolette
energize a ligação covalente entre os elétrons da nubbe
Deve ser servido imediatamente após energização
Uma receita fornece quatro porções
Observação: as nubbes devem ser comidas de boca fechada para evitar o deslocamento de ar gutural que modifica o sabor.
4 comentários:
Realmente foi uma grande coÏcidance .Aceito o desafio das receitas,porém gostaria que pudessemos fazê-las e degustá-las,adoro lavar pratos.Quanto as patinhas de tartaruga marinha estão em falta e o "importador" ,talvez traga para o fim de ano.
Cacoete do ofício - a Nubbeação mais parece a descrição de algum processo do NTO!
Algumas perguntas para o texto ficar mais palatável:
O que é nubbe? O que é taiolette? Faissandé eu sei, quase podre. Burinajá verde? Tem maduro? Cássia de Java, de que jeito que é?
Fora responder todas as questões, você tem que nos dizer como é preparado o prato. Igual a um espetáculo de circo (Cirque du Soleil, lógico, é você que está preparando)? Igual a um número de mágica? Com partner e tudo?
Acho que seu amigo catalão ficou com inveja!
Bom, concordo que tu és um excelente cozinheiro com um leque de "especialidades" bem amplo.
Mas, depois do que foi comentado até agora pela Chris, pela Adriana e pelo Otávio, não me resta muita coisa a acrescentar, talvez uma ligeira preocupação quanto ao linho de 400 fios.
Onde encontrar, meu Deus? queria só acrescentar uma pergunta ao questionário feito pelo Otávio:
1=Por ventura-ou desventura-tu estás tomando alguma medicação?
Se sim, já verificou o prazo de validade?
Espero que este teu post não seja mais um motivo de estremecimento de relações entre a Espanha e a América do Sul!
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