quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Sua majestade real.

Era uma vez um reino encantado, longínquo e produtivo. As terras eram férteis, os dias eram ensolarados, as tormentas e desastres da natureza eram desconhecidos. Este verdadeiro paraíso era governado pelo casal soberano mais feliz da face da terra. O amor transparecia em cada ato e momento de vida. A felicidade era tangível. Ainda não tinham herdeiros, por escolha, mas planejavam povoar o castelo com um número significativo de príncipes e princesinhas.

Anualmente a festa mais importante do reino era o aniversário de sua majestade. Os preparativos duravam semanas e cada vassalo escolhia uma forma especial de homenagear o rei. Uns traziam presentes de alto valor como ouro, prata, pedras preciosas e ações da DASA. Outros se preocupavam com a raridade dos presentes, buscando nos quatro cantos do mundo animais e plantas raras - mulas sem cabeça, elefantes amarelos, micos com a cara do presidente da Venezuela, plantas carnívoras que se alimentavam de senadores e até uma extraordinária especiaria, utilizada pela rainha em receitas de pães feitos em casa.

Os menos abastados, mesmo sem comparecer as festividades palacianas, contribuíam com cumprimentos diferenciados, apresentações e atividades lúdicas – teatros, feiras, shows de marionetes, torneios, artesanato e comentários repletos de elogios. Enfim, de tudo um pouco. As comemorações duravam vários dias, seguindo um rígido protocolo determinado com certa antecedência, pela casa real. A alegria dominava todo o reino.

Passadas as comemorações, todos esperavam que sua majestade ficasse apenas se refestelando com os presentes ganhos. Qual não foi a surpresa quando os arautos reais apostaram um édito nos quatro cantos do reino, até na internet, com os agradecimentos de sua majestade pelas manifestações de parabéns e carinho. Ato sem dúvida de soberano. Bem educado, diga-se de passagem.

Alguns ditados populares, realmente, estão com a razão:

Quem é tratado como rei, nunca perde a majestade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Esqueceu de colocar uma nota:

Esta não é uma estória real. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos e mera coincidência.

roberto bezzerra disse...

Imaginei todo este festerê real ao som de alaúde, violas de gamba e trovadores.
E a exemplo da estrada da Dorothy de "O Mágico de Oz", o caminho que leva até o palácio, estava todo perfumado de incenso e mirra; e todos que por ali passassem, eram guiados pelo vôo de uma cotovia a guiar o trajeto até os portões principais...

Adriana disse...

Como intectualmente continuo dormindo ,o que é DASA??

Unknown disse...

Acho que tem uma história muito boa pra ajudar na contextualização do reino... vide post de hoje no meu blog ;)

http://blog.mazza.com.br/2007/12/07/bom-senso-bom-governo/

E, de qualquer maneira, muito simpático seu post! :)