segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Lendas indígenas.

Por muita insistência de amigos e amigas, publico aqui uma contribuição para o folclore brasileiro. Espero que a estória passe de geração a geração, através da cultura oral:

Desde o princípio do mundo, quando a luz recém tinha se firmado e os habitantes da terra falavam uma língua comum, a beleza e doçura de Guaraciaba se espalharam. De todas as tribos acorriam pretendentes para desposar a bela índia. Os valentes guerreiros de tudo faziam para chamar-lhe a atenção: promoviam torneios, traziam os frutos mais exóticos, vertiam o doce iraputã das terras do kaloré. Os mais destemidos buscavam o olho de um anajé ou penetravam na irajá em busca do mel. Mas nenhum deles merecia a ventura de um olhar apaixonado. Todos os pretendentes partiam tristes e cabisbaixos pelo fracasso no amor.

Quase todos. O mais bravo dos tanacarés, o chefe Ibiajara jurou vingança. Partindo um caroço de tucumã e transformando a luz em noite o bravo invocou deuses do mal para tramar contra a bela Guaraciaba.

E assim ocorreu: Xandoré, criador dos relâmpagos e das tormentas determinou que a bela Guaraciaba, quando escolhesse um amado, receberia um castigo terrível e tormentoso. O escolhido descenderia de um ser abominável e vil, mais azedo que o fel da prainá e mais temível que a matintapereira. Não haveria dias de prazer entre o casal, pois o ser atormentaria dia e noite. E viveria eternamente com eles.

Assim nasceu a lenda da sogra, que na língua caxonaré-açu significa aquela que semeia discórdia.

3 comentários:

Adriana disse...

Não posso reclamar da minha sogra,mas coitado do meu marido!!
Conheçe a piadinha da sogra que se parece com a cerveja??

roberto bezzerra disse...

Muito interessante as origens
"sogrísticas"...

(gostei da ilustração)

Otávio disse...

Eu sempre fui de opinião que ter sogra é castigo. Olha ai a confirmação.