domingo, 10 de fevereiro de 2008

Apresentações e nomes.

Lendo hoje uma notícia social que um amigo enviou resolvi apresentar a terceira parte da série de comportamentos sociais. Hoje vamos analisar as questões de apresentações formais. Em seqüência virão as apresentações informais e a forma correta de utilizar os nomes das pessoas conhecidas ou apresentadas.

A modernidade determina que, atualmente, tanto homens como mulheres podem proceder a apresentação entre as pessoas. Houve tempo em que a mulher apenas na condição de anfitriã poderia exercer esta tarefa. Em outras condições este fato era considerado uma descortesia quando não um questionamento da honra, caso o ser apresentado fosse do sexo oposto. As mulheres só conheciam homens por meio de outros homens. A corrente encantada de apresentações de amigos para amigas era uma situação inconcebível. O vice-versa sempre foi bem aceito socialmente, independente das qualidades ou profissão da apresentada.

Numa apresentação formal o nome completo da pessoa é referido logo após o maior título ou posição do apresentado. Não há necessidade do uso dos títulos de quem esta recebendo a apresentação, pois é obrigatório que a pessoa seja íntima para formalização de uma apresentação. Nos caso em que houver necessidade de colocar em contato pessoas desconhecidas vale a regra de apresentação de títulos bilateralmente.

- Beatriz, gostaria de apresentá-la ao comendador João Paulo Cardoso de Paiva e Sintra.
- Alberto, esta é a senhora à qual me referia, a deputada Maria Cristina Macedo.
- apresento a senadora Paola Travoglia ao doutor Amâncio Carlos Marcondes Rodrigues.

Apesar de serem considerados títulos, evite termos como boa-bisca, caça-dotes, escroque, bom-vivant e social-climber. As profissões respeitadas podem ser consideradas títulos. As não respeitáveis também, mas devem ser usadas com parcimônia e em locais adequados. Nunca apresente pessoas pelo grau de parentesco – seu ou de quem quer que seja. A apresentação, entre cavalheiros, de primas ou primos é sempre acompanhada de sorrisos marotos. Você não precisa passar por isso.

É inaceitável que o título seja suprimido em apresentações formais. Nunca referir apenas os nomes completos das pessoas. Imperdoável mesmo é o uso apenas do primeiro nome. Desta forma quando a pessoa não tiver um título você deve optar por não apresentá-la ou inventar um. Caso opte pela invenção procure recordar o título em uma próxima apresentação, para evitar gafes das pessoas não compreenderem que conhecem as mesmas pessoas. Caso seja imprescindível o encontro entre duas pessoas, destituladas, evite apresentações. Procure informalmente colocá-las em contato na saída do clube ou de um shopping, tipo anúncio de desodorantes.

A marchand Noemia Spolidoro pode não ser a mesma pessoa que a geneticista Noemia Spolidoro. Em sociedade o que vale é o título. Ainda mais num mundo de economia de nomes e sobrenomes, como nos dias de hoje. Recordo-me de ter sido, erroneamente apresentado, a duas Ana Silva em uma festa de subúrbio. Sem os títulos não tive como recordar num próximo encontro. Muito desagradável.

Finalmente gostaria de lembrar aos cientistas de plantão que as regras sociais ainda não incorporaram a facilitação científica na apresentação de autores. Portanto não é possível suprimir nomes das pessoas ou a utilização do termo latino et.al depois do terceiro sobrenome. Assim, o barão de Sartório Novo deverá ser apresentado como Carlos Eugênio Gabriel Rafael Alberto Paulo Rodrigo de Mello Franco Barbosa de Paiva Queiros Macedo de Medeiros Vasconcelos Mota. Nem tente referir-se a ele como Carlos Eugênio et.al.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito útil a ressalva, considerando o perfil médio da audiência!

Otávio disse...

Muito interessante a formalidade de seu post hoje Professor Doutor Odilon Victor Porto Denardin.

roberto bezzerra disse...

Gostaria de participar de uma mesa onde estivessem sentados Marcelino de Carvalho e Célia Ribeiro.
Poderia ser durante a eleição da "Glamour Girl" do ano...