sexta-feira, 25 de julho de 2008

Amor de rendição.

Os que me conhecem de longa data sabem que comecei a carreira literária como comentarista. Sem idéias próprias para escrever, buscava na inspiração alheia um fio condutor para os textos. Sim, amigos, eu já tive os meus momentos bíblicos – o blog era sem forma e vazio e havia trevas sobre a face do abismo... Assim como o Criador tive de construir meus céus e terra. Com o passar do tempo veio o sucesso e a imaginação fértil jamais me abandonou.

Entretanto, o fato de ter uma imaginação mais prodigiosa que o próprio ego não impede que, periodicamente, eu retorne às minhas origens. Com a grande vantagem de que agora são diversas as fontes para o plágio bem construído. Já vai longe a temporada restrita à poeira do Caminho de Santiago.

Inspirado no belo texto da amiga Adriana, que incita ao amor incondicional, eu reflito sobre o fato de amar o inimigo. Sugere a escrevente que o ato esteja associado a um grau mais elevado – aqueles que conseguem superar a inimizade e amar os que lhe causam danos situam-se numa escala espiritual superior.

A inimizade, independentemente das atitudes e conseqüências, é uma forma de relacionamento. Demonstra que os envolvidos se preocupam um com o outro. Existe vínculo entre inimigos. A existência de motivos, conscientes ou inconscientes, para perpetuar uma malquerença implica que eles podem ser trabalhados e ajudarem na reversão da situação. Nestes casos a mudança de sinal do sentimento é plausível porque já existe um sentimento. Basta que algum dos contundentes deseje e saiba conduzir o processo. Desta forma, amar o inimigo não chega a ser uma demonstração de altruísmo e sim uma manifestação de desejo. O que em nada tira o mérito da questão. Apenas demonstra que mesmo o amor incondicional pode ter motivos egoístas, com conseqüências altruístas.

Entretanto, a mensagem de que existe enorme vantagem em amar as pessoas, indistintamente, ao invés de demonstrar indiferença ou detestá-las permanece como uma meta a ser alcançada. A humanidade agradece.

Aguardo a visita de vocês aqui também.

6 comentários:

Ana disse...

O amor incondicional que, por motivos egoístas, tem consequências altruístas. Excelente análise de um tema importante.
Ficou demonstrada uma capacidade que ainda não tinha tido oportunidade de descobrir em ti.
Fiquei surpreendida, porque, ao contrário de muitos , apenas conhecia uma das tuas facetas. Uma surpresa fascinante que a net proporciona.
Um abraço, Odilon.

Anônimo disse...

Amor de pai e de mãe é sempre incondicional, assim como a ecíproca de filhos paa pais.
Realmente o tempo dos caminhos de Santiago estão longe, ficou na poeira do passado.
Belos textos, que nos trazem à reflexão.
Um grande abraço!

Nanda Nascimento disse...

Por mais díficil que seja, amar seu inimigo nada mais do que ter um comportamento bom diante dele, pois o amor é o que ele faz.

Você tem carta branca para ser jardineiro, azul, verde...fique á vontade. Rsrsrsr.

Um excelente domingo!!

Beijos e flores!!

roberto bezzerra disse...

não pude deixar de lembrar da matemática e da física, quando encontrávamos resultados iguais, de mesma "intensidade" e sinais contrários, opostos e conflitantes, mas a resultante não deixava de ser concreta.

Adriana disse...

Não consigo comentar sobre o sentimento que tive ao ler seu texto.Seu coração é um grande mar de amor Odilon.

Anônimo disse...

aninha diz: amor incondicional é aquele que não cobra posiçoes, açoes, atitudes, qdo vc o esquece blabla bla... mas saiba que neste mundão de Deus existem mtas pessoas que amam, incondicionalmente.
Eu AMO VC...