segunda-feira, 9 de junho de 2008

A triste sina dos super-heróis.

Na infância não me recordo de querer ser um super-herói. Lógico que gostava das histórias e vibrava com o Capitão Marvel, Super-Homem, Homem-Submarino, Flash Gordon e tantos outros. Ao que me refiro é imaginar ou brincar de ser super-herói – estar na pele dos disponíveis ou dar asas a imaginação e se passar por um novo super-herói.

Agora que já não sou mais uma criança, fico pensando nas conseqüências que o tempo traria para estas criaturas. Não sei se faz parte da constituição dos super-heróis a longevidade e juventude eternas. Se não fizer, deve ser deprimente a manutenção de super-poderes em seres envelhecidos ou com saúde deteriorada.

Imaginem o Flash Gordon, ainda com a capacidade de tele-transporte e com Alzheimer. Se controlar o desaparecimento de idosos sem lembrança, nas vizinhanças, já é difícil o que se dirá de um desaparecimento no espaço. Procurar em milhares de asteróides, planetas e sóis sem nem ao menos desconfiar em qual deles o vovô Gordon, agora já não tão Flash, resolveu passear.

Isso sem falar nas dificuldades ecológicas decorrente das poderosas mudanças de ambiente. Nestes dias de superaquecimento o coitado do Iceman não duraria muito. Se nem os glaciares estão resistindo, imaginem uma pequena geleira ambulante. Logo, logo ele estaria derretido, escorrendo pelo bueiro. Ou quem sabe, dependendo do local onde o fato ocorresse e devido a escassez de água, ele seria sorvido de um gole só pelas crianças da Somália. Pelo menos seria um fim utilitarista e nobre.

E o pobre do Homem-Submarino passar pelo vexame de contaminar o mar, devido à incontinência urinária pós-cirurgia de próstata. E a Mulher-Maravilha peregrinando de consultório em consultório suplicando por uma dose extra de botox ou por um peeling adicional, na tentativa de manter a formosura de outros tempos.

É se para nós, reles mortais e humanos, o tempo é implacável imaginem o que ele não faria com as qualidades e habilidades dos Superes. Nesta hora é que vejo como é bom sem uma pessoa normal.

Foto: retirada de
www.humorbabaca.com.br

8 comentários:

Otávio disse...

Seu texto está ótimo. Envelhecer sempre é um problema. Eu também não gostava muito de brincar de super-herói. Até brincadeira de mocinho e índio eu queria ser o índio, adorava um bom cocar feito de folhas de mangueira.

roberto bezzerra disse...

pois eu sentia um certo fascínio sim pelo Capitão Marvel, que me foi apresentado por meu pai, em gibís bem simples, em preto e branco.

gostava do desenho, do traço e da sensação de poder voar...

Fay van Gelder disse...

Ehhhh ...
A minha heroina era mesmo a mulher maravilha

Bjo

andorinha disse...

Os verdadeiros super-heróis são as pessoas normais, aquelas com que nos cruzamos todos os dias, e das quais , muitas vezes, nem adivinhamos as qualidades.
Um beijo, Odilon.

Adriana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriana disse...

Como eu quis dizer plastica e errei feio ai vai de novo:Concordo com a Miss Slim,nada que uma boa pláStica não resolva e como voce esqueceu dela....

MARIPA disse...

A "andorinha" disse tudo.

Ah! Mas, um dia, eu ainda volto como Mulher-Maravilha,com plástica...

Beijo carinhoso

Ana disse...

Nunca me fascinaram os Super-Heróis. Gosto mesmo é de pessoas normais. Pessoas verdadeiras, com defeitos e tudo :-)
Um beijo.

ps. Não sabia que o Dia dos Namorados no Brasil era numa data diferente da nossa. Afinal ele devia ser era todos os dias, não é?