Os passos, ninguém lhe escutava. Por isso, aquele anjo andava. Por entre os sonhos. Silencioso. Quase divino. A missão, que lhe haviam dado, era muito importante. Pelo menos foi o que lhe dissera Gabriel naquela conversa derradeira. Daquela hora em diante, e até o fim dos tempos, ele seria um guardião de sonhos. Por isso e para isso percorreria milhões de vezes o mundo. A pé. E as asas? - perguntariam os sonhadores. Essas estavam penhoradas, na agência da Caixa Econômica, numa cidade ao sul do fim do mundo. Junto com os sonhos de quando ainda era humano. O que importava mesmo era andar. Léguas, atrás dos sonhos dos outros. A misturá-los todos ou a evitar que eles deixassem de ser sonhos, movido pelo ciúme ou pelo medo de não cumprir a missão e perder a serventia. Afinal, era apenas um anjo guardador de sonhos.
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6 comentários:
Um anjo guardador de sonhos... que imagem mais bonita.
Obrigada, Odilon, pelo sensível comentário no meu livro.
Um beijo.
Gostava de ter um guardador de sonhos...silencioso,umas vezes.
Outras vezes, barulhento. Que me desse um alerta:estás a sonhar demais!
Os meus sonhos têm asas...
Abraço carinhoso, Odilon.
gostei muito deste personagem, do teu "dream's keeper".
até já imagino o luchino visconti dirigindo o "portiere dei sogni"...
Lindo! Maravilhoso! Completamente diferente! Parece uma estória.
Quardador de sonhos, gostei :)
Kiss
Que guarde os seus mas os deixe realizar.
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